O Salmo do Eterno
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Não se destinam os seres ao nada. A essência eterna vive e obra em tudo, perenemente. Aceita jubiloso a existência, porque a vida é eterna e inquebrantáveis leis protegem os tesouros vivos criados pelo Universo.
A verdade desde há muito se vem revelando através dos grandes espíritos. Consagra-te a essa verdade. Rende graças à sabedoria que traça o circulo do Sol e o mesmo faz com sua irmã Terra.
Volve-te para ti mesmo: no mais fundo de teu ser encontrarás um guia, ao qual um espírito nobre se confia sem reservas. O recôndito de ti mesmo é um lugar onde nenhuma lei te pode faltar porque a consciência livre é o Sol de teu dia moral.
Os sentidos também orientam. Com a inteligência desperta não te enganarão os erros. Com ágil olhada observa e com passo seguro e modesto caminha através das planuras deste mundo tão rico de dons generosos.
Que tua alegria seja moderada na abundancia e bendição; que a razão esteja presente quando a vida goza a vida. Assim deixa o passado de ser efêmero; assim o futuro é uma antecipação vivida; assim é presente a eternidade.
E quando dessa forma modelares a tua alma; quando te cientificares de que somente é verdade aquilo que vivifica o teu espírito, então observa o curso geral do mundo e junta-te à minoria.
Em todos os tempos o filósofo e o poeta preferiram trabalhar silenciosamente quando de suas criações. Essa será tua felicidade, a mais invejável. Gozarás de antemão os sublimes sentimentos que um dia hão de encher as mais nobres almas.
Do livro Antologia da Sabedoria, V. 1, p. 108, ed. Logos.
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